Conheça os diferentes tipos de financiamento imobiliário
A compra da casa própria é um sonho para muitos e sinônimo de muito esforço e economia. Para ajudar nessa missão, existem diferentes opções de financiamento imobiliário, as quais dão um empurrãozinho nessa conquista.
Mas antes da compra da casa nova ou do apartamento na planta, por exemplo, é preciso entender como cada tipo de financiamento imobiliário funciona, o que permite que você classifique aquele que está de acordo com o seu orçamento e suas preferências.
É preciso analisar muito bem os detalhes de cada um, bem como as taxas de juros (que sempre vão existir) e o tempo para quitação da dívida. Isso porque, num contrato de financiamento, há cláusulas que determinam o valor das prestações. Aliás, ela é a questão mais importante aqui, pois, dependendo de como é constituída, os valores podem crescer ou decrescer ao longo da quitação da dívida.
Mais: a prestação é dividida em amortização e juros. Amortização é o que está sendo devolvido ao banco pelo dinheiro emprestado, enquanto que os juros são aquele valor referente ao empréstimo desse dinheiro por parte do banco. Lembre-se que você paga juros sobre o saldo devedor, ou seja, aquilo que ainda falta devolver à instituição financeira.
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Sistema Price
Esse talvez seja o mais popular tipo de financiamento em todo o mundo, apesar de ser cada vez menos utilizado no Brasil. Aqui as prestações são fixas, os juros decrescentes e as amortizações crescentes.
Em um financiamento em dez parcelas, por exemplo, o devedor paga um pequeno valor referente à amortização no primeiro mês; no segundo mês, a quantia referente aos juros é menor, uma vez que o saldo devedor diminuiu no pagamento da primeira parcela, mas o valor da amortização é maior; no terceiro mês os juros caem mais ainda e a quantia relacionada à amortização aumenta. No último mês, o valor dos juros é bem pequeno, enquanto a quantia relacionada à amortização corresponde à maior parte da última prestação.
No entanto, como o Brasil é um país com altas taxas de inflação, a Tabela Price foi adaptada e foram adotados indexadores para reajustar as prestações em função do aumento dos preços. Com isso, as prestações variam de acordo com a inflação.
Assim, a taxa referencial (TR) é utilizada. Ela nada mais é que um indicador pós-fixado, divulgado após o fechamento do contrato de financiamento, o que serve para reajustar as prestações e o saldo devedor.
SAC
O Sistema de Amortizações Constantes, também conhecido como SAC, tem variação de juros, o que faz com que, naturalmente, as prestações diminuam ao longo do financiamento.
Como as parcelas no início do pagamento são maiores, o devedor acaba amortizando mais rápido a dívida e paga um total de juros menor.
Sacre
Esse tipo de financiamento é uma mistura do Sistema Price e do SAC. Assim, com o Sistema de Amortização Crescente (Sacre), as prestações sobem durante um determinado intervalo de tempo até chegarem a um ponto, a partir do qual vão diminuindo.
Aqui também há reajuste pela TR, que na maior parte dos contratos substitui a correção monetária.
Sistema Financeiro de Habitação (SFH)
Esse é um tipo de financiamento feito pelo Governo Federal, sendo garantido através dos recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos) e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Regendo a maior parte dos financiamentos imobiliários que ocorrem no Brasil, para que ele aconteça é necessário que o valor máximo de avaliação do imóvel seja de 750 mil reais em São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro, e 650 mil reais nos demais estados.
A máxima concessão é de 585 mil reais, sendo que a parcela não deve comprometer mais que 30% da renda daquele que está comprando o imóvel. O prazo para quitar a dívida é de 420 meses, ou seja, 35 anos.
Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI)
Esse financiamento também é desenvolvido pelo Governo Federal, tendo sido criado para servir de complemento ao SFH. Aqui, no entanto, há um maior risco, o que faz com que os juros sejam maiores e variáveis.
Isso porque esse financiamento não exige um valor máximo de avaliação do imóvel nem um limite de renda comprometida. O valor de concessão varia entre 80% e 90% e o prazo para quitar a dívida também é de 420 meses.
Minha Casa Minha Vida
Criado em 2009 pelo Governo Federal, ele dá acesso à aquisição da casa própria pelas famílias de baixa renda. Está dividido em duas modalidades: famílias que ganham até mil e 600 reais por mês e famílias que ganham até 5 mil reais por mês.
No primeiro caso, é possível obter um financiamento para até 95% do valor total da casa, sendo que as taxas de juros são reduzidas. O mínimo que se paga em cada parcela é de 25 reais, e o prazo máximo para quitar a dívida é de 10 anos.
No segundo, no entanto, o governo não subsidia o valor da habitação, mas os juros também são baixos. Aqui os beneficiados podem quitar a dívida em até 30 anos.