segunda-feira, 7 de novembro de 2022

CUB acumula alta de 8,78% no ano

 



O CUSTO UNITÁRIO BÁSICO (CUB) GLOBAL DA 

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DE SÃO

 PAULO REGISTROU VARIAÇÃO POSITIVA DE 0,04%

 EM OUTUBRO DE 2022 E ACUMULA ALTA DE +8,78% 

NO ANO.

O Custo Unitário Básico (CUB) global da indústria da construção do Estado de

 São Paulo registrou variação positiva de 0,04% em outubro de 2022 e acumula

 alta de +8,78% no ano. No período, a variação em 12 meses totalizou +9,27%. 

 Os dados são do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do

 Estado de São Paulo) e da FGV (Fundação Getulio Vargas). O CUB é o 

índice oficial que reflete a variação dos custos das construtoras, utilizado para 

os necessários orçamentos, quadros e áreas para acompanhar o Registro de 

Incorporação dos empreendimentos.

 

Em outubro, as variações dos custos com administrativo (salário dos engenheiros) 

foram nulas, acumulando alta de +9,86% em 12 meses e de 9,74% no ano. 

As variações com a mão de obra em setembro registraram: +0,15% no mês; 

10,08% no ano; e, +10,47% em 12 meses. Já em relação aos custos 

com materiais, as variações foram: -0,10% no mês; +7,05% no ano; e, +7,71% 

em 12 meses.

 

O CUB representativo da construção paulista (R8-N) ficou em R$ 1.907,71 

por metro quadrado em outubro.

 

Com desoneração  

 

Nas obras incluídas na desoneração da folha de pagamentos, o CUB 

registrou variação de 0,04% em outubro, comparado ao mês de setembro.

Em 12 meses, a variação foi de +9,16%; no ano, +8,64%. O custo médio 

da construção paulista (R8-N) subiu para R$ 1.782,42 por metro quadrado 

em outubro. 

 

Em outubro, na comparação com o mês anterior, as variações dos 

custos médios das construtoras foram: materiais, -0,10%; administrativo

 (salários dos engenheiros) nula; e, mão de obra, +0,16%. 

 

Custos dos insumos 

 

Em outubro, 23 itens apresentaram variações acima do IGP-M (-0,97%),

 sendo as mais representativas: bacia sanitária branca com caixa 

acoplada 6 litros (+2,71%), vidro liso transparente 4 mm com massa 

(+2,66%), esquadrias correr 4 folhas al. 2×1,4m (+1,41%), bloco 

de concreto 19x19x39 cm (+0,52%), tubo PVC-R rígido para esgoto 

ø 150 mm (+0,52%) e  alimentação tipo marmitex nº8 (+0,51%).

 

Em outubro, as variações mais expressivas em 12 meses, acima do

 IGP-M (+6,52%), foram: bloco de concreto 19x19x39 cm (+22,29%),

 concreto FCK=25MPa (+19,68%), areia média lavada (+19,27%), 

brita 2 (+17,29%), porta lisa para pintura 3,5X70X210 cm (+16,73%)

 e placa de gesso para forro sem colocação (+16,69%).

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Venda de imóveis prontos pode afetar o resultado financeiro das incorporadoras



A VENDA DE UNIDADES EM CONSTRUÇÃO OU EM ESTOQUE É POSITIVA PARA AS EMPRESAS, POR DIMINUIR O CUSTO DE CARREGO DESSAS UNIDADES, MAS PODE TER IMPACTO SOBRE A MARGEM BRUTA DAS COMPANHIAS

A poucos dias das divulgações dos balanços das incorporadoras de capital aberto,

 o mercado aguarda para ver se os bons resultados apresentados nas prévias 

operacionais vão se refletir também em melhores indicadores financeiros para essas

companhias.

 

Na média e alta renda, as incorporadoras optaram por reduzir seu ritmo de 

lançamentos, para se resguardar de uma possível diminuição da busca do consumidor pelos 

imóveis. O período entre julho e setembro foi marcado pela continuidade de juros elevados, 

que afetam principalmente o consumidor de média renda, e pela proximidade do período 

eleitoral, que poderia deixar esse consumidor receoso de se comprometer com uma

 compra do tamanho de um imóvel.

 

Segundo levantamento do Itaú BBA, o valor dos lançamentos dessas companhias foi

 de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre, enquanto os novos projetos no mesmo período do

 ano passado e no segundo trimestre deste ano ficaram na casa dos R$ 4,9 bilhões.

A surpresa positiva para o mercado foi que as vendas não acompanharam o mesmo ritmo de

 queda dos lançamentos. No consolidado feito pelo banco, somaram R$ 3,7 bilhões em valor 

geral de venda (VGV), pouco abaixo dos R$ 3,8 bilhões do trimestre anterior, mas bem 

acima dos R$ 2,9 bilhões computados entre julho e setembro de 2021.

 

O efeito dos ritmos diferentes de lançamentos e vendas foi uma maior comercialização do

 estoque para as incorporadoras de média e alta renda. A pesquisa do Itaú BBA também 

mostra que, pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2021, o total de meses 

necessários para escoar o estoque dessas companhias foi reduzido, de 23 para 22 meses.

A venda de unidades em construção ou já prontas é positiva para as empresas, por diminuir 

o custo de carrego dessas unidades, mas pode ter impacto sobre a margem bruta das 

companhias, como afirmou o chefe de real estate da XP, Ygor Altero, em relatório, porque 

costuma significar descontos maiores para os compradores.

 

As incorporadoras de todos os padrões vêm tentando aumentar o valor das novas unidades,

 para compensar a inflação do custo da construção, forte desde o início da pandemia. Esse

 indicador, ao menos, já começou a se estabilizar. Para os analistas do Credit Suisse, o pior 

momento de alta de custos provavelmente já ficou no passado, mas o preço do concreto e 

da mão de obra ainda são fonte de preocupação.

 

O movimento de elevação do preço das unidades e de estabilidade dos custos também contribui 

para a expectativa do setor de ter melhora na rentabilidade dos empreendimentos.

No segmento de baixa renda, que foi especialmente atingido pelo aumento do custo da 

construção, por já trabalhar com margens mais apertadas, é esperado que as companhias que

 vinham conseguindo apresentar resultados operacionais e financeiros melhores, como

 Cury e Direcional, repitam os bons números. Já MRV e Tenda, que sofreram mais com os

 custos, optaram por reduzir o ritmo de lançamentos e a velocidade de vendas, e se concentrar

 no aumento do preço dos produtos, agora mais selecionados. Para o Credit, a Tenda deve

 ser o destaque negativo do trimestre, enquanto a MRV pode apresentar uma leve melhora

 de suas margens.

 

Em geral, as condições econômicas ainda são melhores para o segmento de baixa renda. 

A taxa de juros dentro do Casa Verde Amarela (CVA) é fixa e não acompanha as alterações

 da Selic na mesma velocidade e intensidade, e os recursos para bancar os financiamentos da 

política habitacional estão chegando em maior volume.

 

No terceiro trimestre, a Caixa reportou a liberação de R$ 19,3 bilhões para financiamentos 

do CVA, alta de 20% sobre o período anterior e de 36% ante o mesmo trimestre de 2021.

O período também marcou a implementação de atualizações no programa habitacional,

 muito pedidas pelas companhias que atuam no setor, como a ampliação da renda 

permitida e mudanças nas curvas de subsídios. Em setembro, começou a valer a possibilidade

 de se ampliar o prazo máximo do financiamento imobiliário no CVA de 30 para 35 anos, 

o que pode reduzir o valor mensal de pagamento e, assim, alcançar mais beneficiários.

 

Essa última alteração, porém, não é oferecida para todos os usuários do programa, 

depende da análise de crédito feita Caixa, o que limita seus efeitos.

Uma última atualização começou a operar neste mês, e permite incluir os depósitos futuros

 no FGTS como parte da renda familiar do tomador do empréstimo pelo CVA. Ela também vem

 com um porém: só foi liberada para famílias que com renda de até R$ 2.400, ou seja, apenas 

para as faixas iniciais do programa.

 

 

A incorporadora Pacaembu, que faz casas para o CVA no interior de São Paulo, afirma que 

vai se beneficiar da medida. Seus imóveis são vendidos, em média, a R$ 164 mil. Já 

incorporadoras que atuam nas capitais do país, principalmente no Sudeste, não conseguem

 atender esse público, pelo modelo atual do programa