Conforme dito no último artigo onde realizamos a análise do setor imobiliário, nós concluímos que talvez seja a hora certa para realizar a compra de um imóvel, uma vez que com a retração do setor, as promoções e descontos tendem a aumentar e com isso gerar grandes oportunidades.
Mas uma vez que eu tenha decidido realizar a compra do tão sonhado imóvel, como devo proceder? Quais os processos que são realizados no momento de uma compra? E como eu avalio se devo realizar a compra à vista ou a prazo?
Para responder estas e outras perguntas, vamos ao artigo de hoje!
Avaliando a compra de um imóvel
A primeira dúvida de alguém que realizará a compra de um imóvel é: “Pago tudo de uma única vez ou parcelo o valor do imóvel?”. Essa é a dúvida de 10 a cada 10 pessoas que estão pensando em adquirir um imóvel e sua resposta é sempre a mesma: Depende!
Mas depende do que?
Existem muitos fatores que levam à compra de um imóvel e todos estes devem ser colocados na ponta do lápis para que após a determinação da estratégia adotada, não haja arrependimentos que possam se traduzir em prejuízos financeiros.
Entre os principais pontos a serem levantados, podemos citar:
a) Eu estou comprando a casa que eu posso ou a casa que eu quero?
Nós sabemos que quase todo mundo sonha com uma casa (ou apartamento) grande, espaçoso, cheio de cômodos para você aproveitar o sossego do lar. No entanto, muitas pessoas acabam comprando o imóvel que elas querem e não o que elas podem pagar, gerando assim dívidas elevadas e de longo prazo que, ao fim, terminam em uma dor de cabeça maior do que o prazer de ter adquirido o imóvel. Lembre-se, o valor do imóvel deve estar dentro de seu orçamento (presente e futuro).
b) Tenho dinheiro disponível para o desembolso em uma única parcela à vista?
Se você possuir uma quantia suficiente para realizar a compra em uma única parcela é possível negociar o valor do imóvel e consequentemente alcançar um maior desconto no valor a ser pago.
c) Caso eu tenha esse dinheiro disponível, ele pode representar mais do que 80% das minhas reservas?
No caso de você possuir um valor disponível para realizar o pagamento à vista, é recomendada esta quantia não ser maior do que 80% do total de todas as suas reservas financeiras. Imprevistos podem ocorrer e comprometer 100% de sua poupança na compra do imóvel pode trazer complicações caso você precise de dinheiro rápido, obrigando você a tomar um empréstimo bancário e pagar altos juros.
d) Se eu parcelar o valor do imóvel, as mensalidades caberão no meu bolso?
Esta resposta não deve ser apenas respondida levando em conta sua atuação presente. Lembre-se, o financiamento de uma casa tende a ser de longo prazo (10,15,20 anos) e você deve se programar para honrar todas as parcelas (que tendem a cair com o passar do tempo), tomando cuidado para não ficar inadimplente devido imprevistos e consequentemente poder perder o imóvel.
e) Por quanto tempo ficarei pagando pelo imóvel?
Realizar um planejamento do cronograma de pagamentos lhe ajudará a se programar no futuro, não comprometendo suas demais contas que virão após a compra da casa como a conta de água, luz, telefone, gás, IPTU e etc.
Com as cinco respostas acima, você terá uma ideia se é melhor realizar a compra através de um único desembolso ou ainda se vale a pena parcelar o valor total do imóvel.
Financiando um imóvel.
Se você decidiu realizar o parcelamento do valor do imóvel, deve entender que o desembolso mensal das parcelas não deve ser muito elevado, caso contrário faltará dinheiro para as demais despesas que uma família em geral possui como escola, supermercado, lazer, impostos e etc.
É consenso entre os consultores de investimentos que a parcela ideal de um financiamento imobiliário fique em torno de 30% do total de sua renda familiar mensal para que o comprador não comprometa eventuais necessidades de gastos e necessite tomar dinheiro com terceiros (bancos).
O valor financiado também é importante de se observar, uma vez que quanto maior o percentual do valor do imóvel que você estiver financiando, maior será também o total desembolsado ao final dos 10, 15 ou 20 anos que você estiver pagando. Os juros cobrados pelo banco podem tornar o sonho da casa própria no pesadelo do financiamento próprio.
O ideal é realizar o maior percentual possível de entrada na hora da compra e financiar o restante. Algo em torno de 20% a 50% é um número bastante bom para dar de entrada (lembrando a regra de não ultrapassar os 80% do total acumulado que você possui).
Dica: para dar uma entrada maior, utilize seu FGTS, o qual pode ser resgatado para a compra do primeiro imóvel no valor de até R$ 500.000,00 e desde que você tenha trabalhado sob o regime da CLT por pelo menos três anos consecutivos. Vale lembrar que o FGTS só pode ser usado por você na compra da casa própria, não sendo permitido em casos de investimentos em imóveis, compra para terceiros ou em estabelecimentos comerciais.
SAC ou Price? Como eu financio meu imóvel?
Na hora de financiar seu imóvel existem dois principais modelos de financiamento, são eles:
a) Modelo SAC: sigla para Sistema de Amortizações Constantes, o sistema SAC é o mais utilizado pelos bancos na hora de financiar um imóvel. Ele começa com parcelas maiores logo no início do financiamento e vai diminuindo o valor das prestações a ser pago ao longo dos anos. Recomendado para compradores mais jovens que possuem um menor número de despesas no começo da vida e podem comprometer uma maior parcela de seu salário com o financiamento.
b) Modelo Price: popular no mundo todo, o sistema Price é um modelo onde todas as parcelas ao longo do financiamento são exatamente iguais. Recomendado para quem já está com algumas despesas fixas (faculdade, plano de saúde, aluguel) e já se encontra casado (ou em união estável), uma vez que com as parcelas fixas é mais fácil de encaixá-las no orçamento familiar e em seu fluxo de caixa.
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