domingo, 22 de setembro de 2019

Risco da inflação limita oferta de crédito imobiliário pelo IPCA; opção será boa em casos específicos


Nova opção para bancos e compradores - O importante, afirma, é que há uma nova opção para o comprador, para o banco e para os investidores, o que dá mais flexibilidade e cria alternativas além da TR e dos recursos da poupança para o mercado. Essa é a grande vantagem da correção pelo IPCA, permitir que bancos e outras empresas lancem papéis corrigidos pelo indexador e levantem recursos no mercado para financiar a casa própria sem depender da poupança, destaca Abreu. Hoje, os recursos são limitados, pois o SFH só pode usar recursos das cadernetas, o que restringe o crédito aos grandes bancos de varejo. “Mas não vai ser um cavalo de pau, não vão todos os bancos puxar o cliente para o IPCA antes de ter segurança de um cenário econômico mais estável, com inflação sob controle”, diz.
Benefícios superam riscos - Abreu, da Abecip, reconhece todos esses riscos, mas ainda assim considera a liberação do IPCA como benéfica. Ele lembra que um dos grandes dilemas do mercado é que o SFH, linha mais popular, depende basicamente de duas fontes de recursos, a poupança e o FGTS. As Letras de Crédito Imobiliário (LCI), emitidas pelos bancos e as Letras Imobiliárias Garantidas (LIG) já têm características de mercado, com correção pela inflação mais juros ou pelo juro do CDI, mas são usadas em empréstimos fora do SFH, que já permitiam outras formas de correção. “O grande dilema é como acessar fontes de recursos para financiar o mercado, pois se ficarmos dependendo só do FGTS e poupança, que são limitados, fatalmente vamos ter escassez de recursos, especialmente em um ambiente de juros mais baixos, com possibilidade viável de financiar mais clientes”, diz.

Construtoras se preparam para novo ciclo de crescimento econômico


Queda da Selic pode inserir 4 milhões de consumidores no mercado imobiliário




O Banco Central (BC) acaba de reduzir a taxa básica Selic de 6,00% ao ano para 5,50% a.a., corte de 0,5 ponto percentual, renovando a nova mínima histórica. De acordo com a Credihome, plataforma online de soluções de crédito para compradores e proprietários de imóveis, a decisão do BC tem potencial para inserir 4 milhões de novos consumidores no mercado imobiliário e levar a uma taxa média de juros para consumidores finais abaixo dos 7,8% ao ano.
"A redução da taxa Selic abre espaço para que novos consumidores tenham acesso ao mercado de crédito imobiliário. Nas nossas estimativas, a cada 0,5 ponto percentual de queda são acrescidos cerca 4 milhões de novos consumidores. Projetamos que com a nova taxa os juros para o consumidor final fiquem entre 7,5% a 7,7% ao ano", afirma Bruno Gama, CEO da Credihome.
De acordo com o executivo, a decisão do Copom reforça os estímulos ao mercado imobiliário que já vem de um movimento de reaquecimento, com as taxas médias para o consumidor final caindo do nível de 11,2% em 2016. "Certamente, seguiremos com a recuperação já vista no primeiro semestre, com crescimento expressivo nos indicadores de vendas de imóveis acima de dois dígitos e em financiamentos cerca de 30% superior em relação ao mesmo período de 2018.
Atração de funding para empréstimos - A queda dos juros também deve trazer efeitos positivos para uma maior captação de funding para operações de home equity, também conhecido como crédito com garantia imobiliária, com a atração de mais investidores por ativos que ofereçam retornos acima do CDI, como é o caso dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), muito usados como fonte de recursos para empréstimos nessa modalidade.
"Com a queda da Selic, a busca por retorno para o investidor fica cada vez maior, liberando mais recursos para empréstimos. A oportunidade está nos CRIs que são lastreados por créditos com garantia imobiliária. Essa escassez de ativos que ofereceram rendimento é um fenômeno mundial com o cenário de juros baixos", lembra Luis Cláudio Garcia de Souza, fundador da Finvest e co-fundador da Credihome.

Juro básico cai para 5,5% ao ano e BC indica novos cortes





anunciou corte de 0,25 ponto porcentual de sua taxa de juros, para a faixa de 1,75% a 2,00% ao ano (ler mais na pág. B4).
Sem citar diretamente a alta mais recente da cotação do petróleo nos mercados internacionais, após os ataques a refinarias da Arábia Saudita, o BC brasileiro também ponderou que o cenário “segue incerto” e que há riscos ligados a uma “desaceleração mais intensa da economia global”.
Reformas. Ao avaliar o cenário interno, os dirigentes do BC reconheceram o avanço da agenda de reformas na economia. Eles deixaram de avaliar no comunicado, inclusive, o risco de frustração no andamento das reformas como “preponderante” entre todos os riscos considerados para o controle de inflação. Essa postura surge após a aprovação, há duas semanas, da reforma da Previdência na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.
Além do cenário externo favorável para emergentes e do avanço das reformas, o BC levou em conta os índices de inflação controlados em sua decisão sobre a Selic. Na nota de ontem, a instituição atualizou suas projeções para a alta de preços. No cenário de mercado – que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro –, o BC alterou a projeção para a inflação em 2019 de 3,6% para 3,3%. Para 2020, a expectativa passou de 3,9% para 3,6%. Em ambos os casos, as projeções estão abaixo da meta perseguida pelo BC, de inflação de 4,25% este ano e de 4,00% no próximo ano.
Novos cortes. Além de ter reduzido a Selic em 0,50 ponto porcentual, o BC deixou margem para novos cortes. “A consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo”, afirmou o BC no comunicado, sem se comprometer com novo corte de meio ponto porcentual ou com redução de 0,25 ponto porcentual.
“Os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, acrescentou a instituição.
O economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, aposta em mais um corte no encontro do fim de outubro. “É claro que sempre os próximos passos dependem de uma reavaliação do cenário, mas acredito que uma nova redução de 0,50 está garantida”, disse. “A continuidade do ciclo em dezembro vai depender das expectativas de inflação, principalmente para 2021.”
Juro real. Apesar do novo corte da Selic, o Brasil segue entre os países com os maiores juros reais (descontada a inflação) do mundo. Levantamento feito pela Infinity Asset e pelo site MoneYou aponta que o País tem o oitavo maior juro real (1,65%) em um ranking com 40 economias. Na liderança da lista está a Argentina, com taxa real de 10%

sábado, 7 de setembro de 2019

Caixa: Saldo de crédito habitacional cresce 3,6% no 2TRI19 ante um ano e vai a R$ 452,3 bi


A carteira de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal encerrou junho com saldo de R$ 452,3 bilhões, aumento de 3,6% em 12 meses. No trimestre a alta foi de 1,1%. Do total, R$ 276,2 bilhões foram concedidos com recursos FGTS e R$ 176,1 bilhões com recursos da poupança (SBPE).
A Caixa destaca, em nota à imprensa, que manteve a liderança no mercado de crédito imobiliário no primeiro semestre, com o ganho de 0,3 ponto porcentual frente a junho de 2018, totalizando 69,0% de participação.
O banco informa ainda que nos primeiros seis meses deste ano concedeu R$ 176,7 bilhões em crédito para a população brasileira, 5,5% a mais em relação ao mesmo período de 2018. A variação, conforme o banco, demonstra a recuperação da carteira de crédito da instituição. Somente no segundo trimestre, a Caixa concedeu R$ 93,5 bilhões, alta de 12,3% em relação ao primeiro e de 7,1% em uma ano.
Em relação ao Programa Minha Casa Minha Vida foram contratados na Caixa R$ 17,0 bilhões no primeiro semestre, o equivalente a 125,2 mil unidades habitacionais.

Governo libera R$ 600 milhões para destravar PAC e Minha Casa, Minha Vida