Só na cidade de São Paulo, 82 mil imóveis foram lançados em 2021, segundo dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi-SP). Isso é mais que o total de imóveis disponíveis em Santos, a cidade mais vertical do país.
O aumento dos empreendimentos vem acompanhado de uma redução no tamanho dos imóveis. Um levantamento realizado por pesquisadores da USP mostra que, nos últimos 6 anos, mais de 250 mil imóveis compactos foram construídos na cidade – isso é, aqueles com até 45 m².
Com os preços do metro quadrado cada vez mais caros — dados do Fipezap mostram que o valor do metro quadrado está acima de R$ 8 mil em 50 cidades do país — e a flexibilização no trabalho consolidada em cada vez mais empresas, o jeito de morar nas grandes cidades está assumindo um novo formato.
O boom dos microapartamentos
Microapartamentos são moradias com sala, quarto e cozinha em um só local. Em São Paulo, já existem imóveis com até 10 m².
Apesar de serem menores, esses microapartamentos oferecem mais serviços e comodidades. Áreas que ficavam dentro da casa, como sala de estar e lavanderia, por exemplo, são transportadas para a área comum do condomínio.
Essa é uma tendência em grandes metrópoles do mundo, especialmente entre jovens de classe média. Esses preferem viver em apartamentos menores, mas melhor localizados — em especial, mais perto do trabalho –, do que imóveis mais afastados dos centros urbanos.
Moradia por assinatura
Na busca por cada vez menos burocracia, outra tendência do mercado imobiliário é a moradia por assinatura.
A maneira como o inquilino contrata o imóvel está cada vez mais eficiente: feito quase que em totalidade pelo celular, com pouquíssima burocracia, alugando um apartamento já mobiliado.
Não só isso, mas as contas são consolidadas em apenas um boleto: aluguel, condomínio, luz – até lavanderia e serviços de streaming – são compilados em um pagamento por mês. É similar a fazer check-in em um hotel.
Dados do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) mostram que 80% dos jovens entre 16 e 24 anos não querem ter casa própria. Como explicado por Guilherme Ribeiro, professor em Negócios do Mercado Imobiliário na FIA, “existe uma demanda para essa facilidade, tanto para entrar, quanto para sair.” Demanda essa que cada vez mais startups buscam atender.
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