A demora para o setor sair da crise refletirá em números positivos para o mercado em 2019. Quer saber mais? Acompanhe nossa matéria e entenda!
O financiamento imobiliário com recursos da conta poupança atingiu a cifra de R$25,29 bilhões apenas no primeiro semestre de 2018, em comparação com o mesmo período de 2017 o aumento registrado é de 23%.
Os dados são da ABECIP (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) e foram divulgados no dia 25 de julho.
Se o mercado considerar os números dos últimos 4 anos em relação aos empréstimos realizados pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), será fácil ver que é a primeira vez que houve aumento nos registros de janeiro a junho em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Estamos falando de 98,84 mil imóveis a mais que foram financiados em 2018, o aumento representa 19,8% a frente dos números registrados em 2017.
Esses aumentos são devido ao mercado estar embalado pelos números positivos da poupança. Isso porque a principal fonte dos recursos para crédito imobiliário, por parte dos bancos, é a poupança.
As instituições financeiras costumam usar aproximadamente 65% dos valores aplicados nas contas poupança para emprestar aos consumidores em cadernetas com o crédito imobiliário. Além da poupança, os bancos usam também recurso retidos no Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS).
Esse aumento de depósitos em relação ao número de saques mostra que o consumidor ainda possui receio de se comprometer com dividas longas, além disso o mercado imobiliário avança, não tão depressa, a sua saída da crise recente que atingiu o setor.
Isso significa que apesar de o comum ser um primeiro semestre com saldo negativo, onde as pessoas realizam mais saques do que depósitos em suas poupanças, em 2018 aconteceu o inverso.
O presidente da Abecip, Gilberto Duarte de Abreu Filho, registrou esse dado incomum ao falar sobre os dados publicados “Tradicionalmente, o primeiro semestre registra dados negativos.
Neste ano, tivemos captação liquida de R$2,5 bilhões, o que sinaliza uma reversão de tendência, com mais dinheiro entrando, e gera uma expectativa positiva”, disse.
Gilberto continuou com a análise divulgando mais números da estimativa realizada pela Abecip, “Só para aquisição de imóveis por pessoa física foram R$20,2 bilhões financiados, sendo R$11,3 bilhões para unidades novas.
Quem puxa a cadeia é o consumidor, essa fatia de imóveis novos sinaliza o consumo do estoque, o que pode originar demanda futura por mais construção”, afirmou.
Mas o que esses dados significam de fato para o mercado imobiliário em 2019? Bom, de acordo com as estimativas da entidade, a projeção do crescimento de crédito com a utilização da poupança aumentou de 10% para 16%, o que significa um aumento considerável para R$50 bilhões.
Se esses dados estiverem corretos, significa que será a primeira grande ação para que o setor possa se recuperar definitivamente em quatro anos, desde o pico de crédito imobiliário que houve em 2014, quando o mercado atingiu R$113 bilhões.
Além disso, os bancos se mostraram mais dispostos a aprovar financiamentos, já que existem mais recursos à disposição para esse tipo de crédito. Aliado ao saldo positivo das contas poupanças, os bancos ainda contam com os benefícios recém liberados de compulsórios, por exemplo.
Com isso, o presidente da Abecip afirma que esses excessos de recursos para financiamento de casa própria podem atingir a marca de R$100 bilhões ou superar esse número até 2020.
“Teremos nos próximos dois anos, uma liberação de recursos da ordem de R$ 239 bilhões. O financiamento imobiliário, na melhor das hipóteses, vai chegar a R$ 125 bilhões. Ou seja: vão sobrar R$ 114 bilhões no sistema inteiro”, afirma Gilberto Duarte Abreu FIlho.
Ainda assim, nem tudo é inteiramente positivo nessas previsões, Abreu Filho aponta algumas dificuldades, como a taxa alta de desemprego no país.
Isso significa que apesar de existirem recursos de sobra para que os bancos liberem mais crédito imobiliário, os consumidores ainda permanecem receosos e preferem continuar depositando valores em conta poupança ao invés de investir em uma dívida a longo prazo, sem a segurança de um ganho real e o fantasma do desemprego rondando o país.
Isso pode gerar mais anúncios de facilidades por partes dos bancos, afinal com a oferta de crédito em alta aliado a baixa procura por parte dos consumidores, as instituições financeiras podem tentar atraí-los com juros mais baixos.
Vale lembrar que os bancos já anunciaram uma redução de juros para financiamento da casa própria e o aumento do percentual do valor a ser financiado para compra de imóvel usado.
Recentemente a Caixa Econômica Federal também facilitou o financiamento para funcionários públicos, já que eles representam a menor taxa de inadimplência no mercado.
Ou seja, estamos falando apenas de possibilidades e projeções, na prática, ainda existem incertezas rondando o setor, portanto o consumidor não pode encarar esses números como um benefício concreto.
Já que os bancos reduziram recentemente suas taxas de juros e os financiamentos duram cerca de 30 anos, ninguém quer reduzir ainda mais as taxas.
O financiamento imobiliário com recursos da conta poupança atingiu a cifra de R$25,29 bilhões apenas no primeiro semestre de 2018, em comparação com o mesmo período de 2017 o aumento registrado é de 23%.
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