Para adquirir um imóvel, é preciso fazer um bom planejamento financeiro e saber como funcionam as cobranças de taxas de juros que influenciam no valor do empreendimento, como é o caso da taxa Selic.
Aliás, em 2018, o Brasil alcançou o menor percentual da história e, hoje, ela gira em torno de 6,5% ao ano. Mas você sabe o que é essa taxa e como ela impacta na hora de comprar um imóvel, seja ele novo ou usado? Se ainda não sabe, este post foi feito exclusivamente para você. Acompanhe!
O que é taxa Selic?
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) é um sistema de registro e monitoramento das operações financeiras diárias com títulos públicos. Já a taxa Selic é a taxa básica de juros apurada por esse sistema.
Essa taxa serve como base para os juros cobrados por todos os bancos, referentes a empréstimos para pessoa física, investimentos em renda fixa, cheque especial, cartões de crédito e financiamentos — como os imobiliários. Os bancos também utilizam essa referência como parâmetro para definir as taxas de empréstimos interbancários.
Como funciona a taxa de juros Selic?
A taxa Selic funciona como um instrumento de política monetária e é um dos principais recursos do Banco Central para controlar a inflação. Em tempos de instabilidade, a instituição tem a prerrogativa de alterar a taxa básica de juros como alternativa para controlar o aumento desenfreado ou a queda brusca da inflação.
Ou seja, quando ela é definida, a quantidade de moeda circulante em território nacional é alterada: quanto maior for o percentual da taxa de juros básica, menor será a disponibilidade monetária. No cenário inverso, quanto menor for esse percentual, mais dinheiro estará disponível para consumo.
Isso quer dizer que, para controlar a inflação, o Banco Central pode aumentar a taxa Selic. Com a medida, o custo do crédito fica mais caro e o consumo é desestimulado, esfriando a economia. Como a demanda pelos serviços e produtos diminui, o mercado é obrigado a baixar os preços para não comprometer o consumo.
No sentido oposto, para aquecer a economia e estimular o mercado, a instituição tem a liberdade de adotar políticas de redução das taxas de juros, o que impulsiona o volume das compras a prazo e dos financiamentos. Afinal, com uma taxa baixa, é mais vantajoso aplicar o dinheiro do que deixá-lo parado no banco, com pouco rendimento.
Como ela é definida?
A taxa Selic é determinada por meio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne a cada 45 dias em Brasília (oito vezes ao ano, aproximadamente) para definir o percentual da taxa para o mês. Esta é uma das decisões mais esperadas pelo Governo Federal para dar direcionamento à economia do país.
O Copom é composto por oito membros, mais o presidente do Banco Central, que tem voto final em caso de empate na definição da meta da taxa. No dia seguinte ao famigerado encontro do Comitê, a ata da reunião é publicada e serve como base para os analistas financeiros traçarem uma projeção de variação da taxa no cenário futuro.
Qual a sua relação com o mercado imobiliário?
Já vimos que a taxa Selic influencia diretamente na cobrança de juros pelos bancos e demais instituições financeiras e como isso afeta vários setores da economia. Isso quer dizer que tudo o que é comprado possui sua interferência direta da taxa. É claro que, com os imóveis, não seria diferente.
Por conta do alto valor de investimento, o principal produto do mercado imobiliário é extremamente sensível ao crédito. Logo, a principal forma de aquisição de imóveis no Brasil é por meio de financiamento e empréstimo bancário, seja por meio de bancos privados ou púbicos — como a Caixa Econômica Federal.
Como ela influencia na hora de adquirir um imóvel?
Se o percentual da taxa Selic aumenta, o momento é de contenção de gastos. O mercado, para não desacelerar, acaba ajustando seus preços à pouca procura e, consequentemente, eles caem.
Entretanto, mesmo abaixando os preços, com uma taxa mais cara, o preço para o parcelamento ou financiamento de bens também encarece. Para aqueles que pretendem comprar um imóvel à vista, esse seria o melhor cenário.
Já a redução da taxa é mais favorável para o mercado imobiliário de maneira geral, uma vez que a grande maioria dos compradores opta pelo financiamento do imóvel. Confira a seguir alguns dos fatores que são impactados por uma taxa básica de juros baixa.
O custo dos materiais é reduzido
A redução da taxa Selic interfere no custo dos materiais utilizados nas obras. Isso beneficia as construtoras, já que há uma economia na quantia necessária para o investimento na construção de novas unidades. Essa economia é certamente repassada para os compradores, que encontram imóveis com menores preços e de maior qualidade.
Os juros de financiamento caem
A redução da Selic tem influência direta sobre a diminuição de juros dos financiamentos imobiliários. Isso favorece tanto clientes finais — que obtêm maior poder de compra — quanto as próprias construtoras, que ficam mais encorajadas a investir no setor pelo retorno financeiro, assegurado pelo aquecimento do mercado.
O crédito imobiliário fica mais acessível
Com a taxa Selic mais baixa, as instituições financeiras precisam disponibilizar um volume maior de recursos e empréstimos bancários para conseguirem manter a rentabilidade. Isso significa que o crédito imobiliário se torna mais acessível a uma quantidade maior de clientes.
Neste post, pudemos entender que a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Vimos que seu percentual é definido pelo Copom do Banco Central e que ela é utilizada como instrumento de política monetária para controlar a inflação no país.
Ficou claro também que a Selic anda de mãos dadas com o setor imobiliário: quanto maior for a taxa, mais complicado será o acesso ao crédito e maior será o custo do financiamento para os compradores.
Já em tempos de queda — como o momento atual, onde a taxa alcançou históricos 6,5% — o poder de compra de imóveis por financiamento aumenta consideravelmente.
Agora que você já sabe como a taxa Selic impacta na compra de um imóvel, leia também o nosso artigo sobre a Tabela Price — um sistema de amortização que permite a contratação de uma linha de crédito em que todas as parcelas têm o mesmo valor até o fim do pagamento. Boa leitura!
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