O Índice de Confiança da Construção (ICST), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), subiu 3,5 pontos em setembro, para 101,7 pontos, maior nível desde novembro de 2012 (102,3 pontos).
No ano, o ICST acumula alta de cinco pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,4 ponto.
“A indicação de melhora do ambiente de negócios da construção foi bastante significativa em setembro – o índice de confiança ultrapassou a marca de neutralidade, revelando a prevalência de um sentimento de otimismo. Vale a ressalva que nem todos os segmentos setoriais avançaram na mesma direção, mas no segmento de Edificações houve uma recuperação importante que mostra um sentimento de confiança semelhante ao alcançado no início de 2014", observou Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV Ibre.
Segundo ela, o resultado da sondagem de setembro fortalece as projeções de um crescimento vigoroso para a construção em 2022, impulsionado pelo ciclo de negócios das empresas. "No entanto, os desafios para a continuidade desse crescimento permanecem ante às fragilidades fiscais, que devem comprometer os investimentos públicos e a perspectiva da manutenção das taxas de juros elevadas por muito mais tempo”, completou.
O resultado do ICST em setembro foi influenciado tanto pela melhora das avaliações sobre o momento atual quanto das perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou 1,3 ponto, para 97,7 pontos, maior nível desde janeiro de 2014 (98,3 pontos).
A alta do ISA-CST se deve principalmente à uma percepção mais favorável dos empresários sobre a situação atual dos negócios, cujo indicador subiu 1,8 ponto, para 98,0 pontos. Já o indicador que mede volume da carteira de contratos aumentou 0,9 ponto, para 97,4 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 5,6 pontos, para 105,7 pontos. Essa alta é resultado de um otimismo em relação a tendência dos negócios nos próximos seis meses e da demanda no curto prazo cujos indicadores cresceram 8,8 e 2,5 pontos, para 106,1 pontos e 105,3 pontos, respectivamente.
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção ficou relativamente estável ao variar 0,3 ponto percentual (p.p), para 78%. O Nuci de Mão de Obra também ficou estável e manteve aos 78,9%. Por sua vez, o Nuci de Máquinas e Equipamento variou 0,5 ponto, para 73,2%.
Em setembro, o custo da matéria-prima ainda se mantém como a principal limitação à melhoria dos negócios citado por 26,1% dos empresários. Contudo, apesar de ainda ser um patamar muito superior ao período pré-pandemia, ele já representa uma queda expressiva após alcançar um recorde 40% de assinalações em 2021, refletindo o movimento de desaceleração de alta nos preços dos materiais no período - na comparação com setembro de 2021, a queda é de 11,5 pontos percentuais.
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