domingo, 30 de novembro de 2025

Preços dos imóveis residenciais sobem 2,52% em outubro


No ano, o indicador da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) acumula uma alta de 15,53%. Já em 12 meses, avança 16,76%, sinalizando continuidade do movimento de valorização do mercado residencial.

Demanda por imóveis mantém pressão sobre as avaliações

O desempenho reflete pressão de demanda e aceleração nas avaliações feitas pelas instituições financeiras, que servem de referência para concessão de crédito imobiliário.

O IGMI-R abrange laudos de imóveis em mais de 4 mil municípios e é o indicador mais amplo do mercado residencial brasileiro. A Abecip também monitora recortes específicos de nove capitais com maior volume de informações.

Regiões avançam, mas ritmo perde força

A leitura regional mostrou aceleração em apenas três capitais entre setembro e outubro, mesmo com a alta do índice nacional. Todas as quatro regiões analisadas registraram desaceleração no ritmo de variação dos preços.

No Sudeste, São Paulo acelerou de 1,32% para 2,41%. O Rio de Janeiro manteve estabilidade em 2,15%, enquanto Belo Horizonte desacelerou de 3,81% para 2,14%.

No Nordeste, todas as capitais analisadas reduziram o ritmo: Recife passou de 4,28% para 3,43%; Salvador, de 3,61% para 3,05%; e Fortaleza, de 1,59% para 1,07%.

No Sul e no Centro-Oeste os sinais vieram mistos em outubro, com Porto Alegre acelerando de 1,48% para 2,81%, e Brasília subindo de 1,85% para 4,73%. Já Curitiba desacelerou de 4,12% para 2,46%, e Goiânia recuou de 0,76% para 0,70%.


 

domingo, 16 de novembro de 2025

A experiência de hotelaria deve ser o novo foco do mercado imobiliário

 


Agora, esse mesmo olhar começa a transformar o mercado imobiliário, que passa a entender que o verdadeiro diferencial competitivo está na forma como o morador vive, e não apenas no espaço onde habita.

Nos últimos anos, o setor vem incorporando elementos típicos da hospitalidade, aproximando-se de um novo modelo de moradia com serviços inspirados na lógica hoteleira.

É o caso dos colivings e residenciais com estrutura “plug & play”, que oferecem ambientes totalmente mobiliados, gestão de manutenção, limpeza, internet, eventos e áreas comuns que estimulam a convivência, produtividade e lazer. Nesse formato, o morador não precisa lidar com burocracia ou múltiplos fornecedores, ele apenas chega e vive a experiência, como um hóspede de longo prazo.

Um mercado em expansão global

Segundo a Grand View Research, o mercado global de coliving foi avaliado em US$ 7,82 bilhões em 2024 e deve atingir US$ 16,05 bilhões até 2030, crescendo a uma taxa anual de 13,5%. O estudo destaca que o avanço se concentra principalmente em grandes centros urbanos, onde o custo de vida é mais alto e a mobilidade se tornou prioridade.

Essa tendência se conecta diretamente ao movimento global conhecido como hybrid hospitality, em que o conceito tradicional de hotel se mistura a espaços de coworking, residências e estadias prolongadas. A ideia é atender perfis que não querem simplesmente “ficar”, mas “viver com serviço”. É o mesmo raciocínio que guia os colivings contemporâneos - empreendimentos que buscam proporcionar uma rotina prática, conectada e, sobretudo, humana.

O que o setor imobiliário aprende com a hotelaria

A hotelaria tem décadas de expertise em compreender o comportamento do hóspede e antecipar suas necessidades. Esse know-how de escuta ativa, personalização e entrega de valor está sendo transposto para o universo residencial.

No mercado imobiliário, essa transição se traduz na criação de moradias com serviços integrados, ambientes planejados e atendimento centrado nas pessoas. Assim como um hotel oferece suporte e praticidade no dia a dia, os novos modelos de moradia entendem que a experiência não se encerra na entrega das chaves; na verdade, ela começa ali.

Um dos principais aprendizados da hotelaria é que o encantamento está nos detalhes invisíveis: na eficiência do serviço, na agilidade das respostas e na sensação de cuidado. O morador, assim como o hóspede, busca conforto, autonomia e fluidez. Essa mentalidade tem transformado o papel das administradoras e incorporadoras, que agora atuam não apenas como gestoras de imóveis, mas como facilitadoras de rotina e bem-estar.

No Brasil, a tendência se manifesta em moradias urbanas voltadas a públicos jovens e conectados, que valorizam a comodidade e o senso de comunidade. São empreendimentos que unem o conforto de casa com a praticidade de serviços compartilhados, como lavanderia, áreas comuns, manutenção, internet e eventos integradores, em uma proposta moderna, acessível e alinhada ao estilo de vida das novas gerações.

Essas soluções traduzem o desejo crescente por moradias funcionais e flexíveis, que priorizam tempo e experiência, e não apenas espaço físico. Um equilíbrio que simboliza a maturidade de um mercado que aprendeu com a hotelaria a colocar o morador no centro da jornada.

Desafios e oportunidades

A “hotelização” da moradia estudantil não está ligada ao luxo necessariamente, mas à ampliação da visão sobre o morar, que passa de um bem material a um serviço integrado, baseado em bem-estar, acolhimento, entretenimento e praticidade.

O grande desafio desse modelo é transformar o cotidiano em uma experiência mais fluida, sem perder o equilíbrio entre custo e conveniência. Manter uma operação eficiente, com uma equipe afinada, com serviços que realmente simplifiquem a vida do morador, como manutenção ágil, limpeza, segurança, suporte digital, atendimento muito próximo e entrega consistente dos serviços, é o que define o sucesso desse formato.

Nos grandes centros urbanos, onde o tempo é um recurso escasso e a rotina universitária é intensa, a moradia com serviços inspirados na hotelaria surge como uma resposta natural às novas demandas. O objetivo é garantir conforto e autonomia, sem burocracia e sem altos custos.

Assim, o conceito de “viver com serviço” se consolida como um modelo sustentável e inclusivo, capaz de unir hospitalidade, tecnologia e propósito - e de atender de forma inteligente uma geração que valoriza tempo, bem-estar e liberdade de escolha.

A hotelaria, portanto, não é apenas inspiração estética para o mercado imobiliário: é um modelo operacional de sucesso, em que os protagonistas são as pessoas e o bem imóvel é coadjuvante. As empresas que compreenderem essa lógica estarão mais preparadas para atender o morador contemporâneo, que valoriza tempo, conforto e conexão. No fim das contas, a casa ideal deixou de ser apenas o lugar onde se mora, ela passou a ser o lugar onde se vive bem.


domingo, 2 de novembro de 2025

Inadimplência de aluguel atinge 3,80%


 


O aumento interrompeu o período de estabilidade observado em julho e agosto, quando o índice havia se mantido em 3,76%. Na comparação com setembro de 2024 (3,14%), a alta foi de 0,66 ponto percentual.

“A nova alta preocupa em setembro, apesar de ser modesta comparada aos 3,76% de julho e agosto, e mostra que muitas famílias seguem com o orçamento comprometido”, afirmou Manoel Gonçalves, diretor de Negócios para Imobiliárias do Grupo Superlógica. Segundo ele, “é fundamental acompanhar de perto as projeções de inflação e de juros, já que esses indicadores têm impacto direto tanto no endividamento quanto na capacidade de pagamento dos inquilinos neste fim de ano”.

Entre os imóveis residenciais, houve queda na inadimplência da faixa de alta renda (aluguéis acima de R$ 13 mil), que passou de 7,02% em agosto para 5,70% em setembro. Nos imóveis com aluguel de até R$ 1 mil, o índice recuou de 6,32% para 5,96%, mas segue como a segunda maior taxa entre as faixas de valor. Já as faixas de R$ 2 mil a R$ 3 mil e de R$ 3 mil a R$ 5 mil registraram inadimplência de 2,58% e 2,04%, respectivamente.

No segmento comercial, a inadimplência da faixa de até R$ 1 mil segue como a mais alta, subindo de 8,41% em agosto para 9,89% em setembro. A menor taxa foi observada entre imóveis de R$ 2 mil a R$ 3 mil, com 4,52%. Entre os tipos de imóveis, a inadimplência de apartamentos caiu de 2,58% para 2,45%, e a de casas de 4,27% para 3,84%. Já os imóveis comerciais tiveram aumento, passando de 5,20% para 5,55%.

Regionalmente, o Nordeste lidera com 5,97%, alta de 1,03 ponto percentual em relação a agosto (4,94%). O Norte aparece em segundo lugar, com 4,86%, seguido pelo Centro-Oeste (3,49%), Sudeste (3,42%) e Sul, que manteve a menor taxa do país, em 3,28%.