domingo, 11 de outubro de 2015

Imóvel de R$ 70 milhões no Rio não é tão caro, diz corretor



São Paulo - Imagine um apartamento de 600 metros quadrados, com cinco suítes, varanda com piscina e que fica de frente para a orla de Ipanema, bairro que tem o segundo metro quadrado mais caro da cidade do Rio de Janeiro e espaço limitado para a construção de novos empreendimentos. 
De cara, dá para estimar que o imóvel não vale menos do que alguns milhões de reais. Mas a unidade, que foi colocada à venda há três semanas na  Whitaker & Monteiro, tem chamado atenção porque o valor supera as expectativas. O proprietário está pedindo 70 milhões de reais 
O apartamento é uma das 16 unidades do edifício Cap Ferrat, construído no final da década de 60 e que tem um apartamento por andar, mais a cobertura.

Cada morador do edifício paga, em média, 18 mil reais de condomínio por mês. A área comum inclui SPA, academia de ginástica, playground, sauna e uma equipe de seguranças armada.
Corretor diz que preço não é tão caro
O sócio da imobiliária, Leonardo Whitaker, se surpreende com a repercussão do preço da unidade. “Para um apartamento de padrão médio, parece surrealista. Mas no mercado de luxo não é um valor tão discrepante”, diz.
O corretor comercializa uma cobertura em outro edifício, também localizado na orla de Ipanema, por 85 milhões de reais, sobre a qual não pode dar detalhes.
Segundo ele, os preços dos imóveis de luxo têm aumentado na mesma proporção de outros imóveis do mercado imobiliário porque o aumento do poder aquisitivo no País também atingiu os milionários. “Mas a diferença é que essa proporção significa alguns milhões a mais”, ressalta.
Questionado sobre o valor aproximado de 100 mil reais por metro quadrado da unidade, comparado à média de 20 mil reais por metro quadrado de Ipanema, Whitaker diz que o preço médio não corresponde à realidade das vendas de imóveis usados de luxo.
“O preço dos imóveis de luxo é bem diferente do custo de lançamentos e de usados retratados em índices de preços. É necessário analisar um conjunto de fatores, como metragem e localização”, diz Whitaker.
Diferenciais pesam no preço
Mesmo em comparação às unidades do Cap Ferrat, o preço está acima da média. O site da imobiliária Selecta anuncia uma das unidades do mesmo prédio por 34,5 milhões de reais.
A unidade, vendida recentemente, está localizada no primeiro andar do edifício, diz um corretor da imobiliária. Mas a Selecta comercializa agora um outro apartamento no edifício, em "um andar bem mais alto", por 50 milhões de reais, diz o funcionário. 
Whitaker não anuncia em qual andar está localizada a unidade à venda no Cap Ferrat. Apenas diz que, quanto mais alto o andar, maior o preço.
“O edifício é um dos mais altos da orla. É possível ver parte da Lagoa e a praia. A privacidade é total. Não há vizinhos ao lado”. O status de morar em um edifício renomado também pesa, afirma o corretor. 
O preço é maior do que o de mansões à venda pelo país. Mas Whitaker diz que não há casarões na orla de Ipanema. “Mesmo se houver, elas não estarão à venda. Os proprietários têm poucas opções. A localização conta muito”.
Ele ressalta que o proprietário pode pedir o preço que quiser pela venda do imóvel. “Esse preço pode ser ajustado ao longo do tempo conforme a demanda”.
Durante as três semanas em que foi colocado à venda, o apartamento de 70 milhões de reais recebeu uma proposta de um industrial para comprar a unidade por 50 milhões de reais, pagos à vista. O proprietário não aceitou a diferença de 20 milhões de reais. “O imóvel sempre tem um valor emocional para o dono”, conclui Whitaker.
O corretor comenta que o cenário incerto da economia desacelera o mercado de luxo. Ele conta que já perdeu duas vendas de imóveis, de 6 e 10 milhões de reais, depois que a presidente Dilma Rousseff foi reeleita. “O cenário pode levar à negociação dos valores anunciados”.
Para visitar o imóvel, o corretor diz que é necessário “saber de toda a vida do interessado”. “Há uma triagem aprovada pelo proprietário. Como são grandes empresários, construtores, banqueiros e grandes investidores, geralmente proprietário e comprador se conhecem”. 

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