quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Dólar alto impulsiona venda de imóveis no mercado capixaba

Capixabas que vivem fora do país e ganham em dólar compram imóveis para investir

Foto: Arquivo
Orla de Itaparica, em Vila Velha, é uma das áreas requisitadas por brasileiros que vivem no exterior
O câmbio desajustado até provoca efeitos negativos na economia, mas quem tem dinheiro em dólar, a alta da moeda americana acaba abrindo portas para investimentos bem lucrativos.
Com a desvalorização do real, muitos capixabas que moram no exterior, por exemplo, têm aproveitado para comprar imóveis no Espírito Santo.
Esses investidores, segundo o consultor Evans Edeslstain, da Fé Imobiliária, não são executivos ou milionários. “Estamos falando de pessoas que moram principalmente nos Estados Unidos, que têm empregos simples em restaurantes e em obras, mas com a alta do dólar, viram o poder aquisitivo aumentar”, explica.
Com renda mensal média de US$ 5 mil dólares, hoje estimada em R$ 20 mil, os compradores têm apostados em imóveis localizados na Grande Vitória, de médio a alto padrão, com potencial de valorização.
Entre as regiões mais procuradas está Itaparica, em Vila Velha, local onde é possível encontrar unidades residenciais com preços a partir de R$ 240 mil.
Para atrair esses potenciais clientes, o empresário conta que, em parcerias com construtoras do Estado, como a Épura e a Kemp Engenharia, faz eventos de divulgações em Estados como Massachusetts, Nova York, Nova Jersey e Flórida, onde vivem mais de 1,3 milhão de brasileiros.
Em 2015, a empresa de Edeslstain, em conjunto com uma imobiliária localizada em Boston, conseguiu vender cerca de 1,2 mil imóveis localizados no Brasil para quem mora no exterior, cerca de 720 ficam no Estado. O restante é de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás. “Foram mais de R$ 400 milhões em vendas. Esperamos aumento de 100% no volume de negócios”, acrescenta.
Além dos Estados Unidos, os empresários do Estado estão de olho também no grupo de 1,7 milhão de brasileiros que vive em regiões da Europa, como Inglaterra e Suíça.
Novos mercados
A redução da atividade industrial no Brasil, diante da crise, também tem levado empreendedores do mercado imobiliário capixaba a expandirem seus negócios para outros países. Um dos segmentos visados pelas empresas é o hoteleiro. Os projetos também têm atraído investidores do Estado.
O setor passou por um grande crescimento no Brasil por causa da Copa do Mundo de 2014 e devido às Olimpíadas que vão ocorrer em 2016, no Rio de Janeiro. Novos empreendimentos foram construídos para suportar a demanda durante os eventos esportivos, mas hoje há pouco espaço para novos projetos imobiliários desse porte no Brasil.
“Não faz mais sentido investir em hotéis no Brasil. Por isso, começamos a buscar outros locais promissores e vimos em Miami uma boa possibilidade de negócios. A maioria dos investidores vive no Espírito Santo e, com um patrimônio em dólar, espera lá na frente ter uma maior rentabilidade”, explica o empresário, José Luiz Galveas, sócio da GW Brickell, empresa constituída pela Galwan para a construção de dois hotéis.

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